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Redação
25 novembro 2020, 09:30
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"Uma Mulher Não Chora" hoje em palco no Maria Matos

"Uma Mulher Não Chora" hoje em palco no Maria Matos
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Redação
25 novembro 2020, 09:30
Declarações à nossa rádio de Katia Guerreiro e Maria João, duas das cantoras participantes neste projeto.

Hoje assinala-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, no Teatro Maria Matos, em Lisboa. O espetáculo tem como base o álbum "Uma Mulher Não Chora", dirigido e criado por Renato Júnior (ex-membro dos UHF).

Lúcia Moniz, Rita Redshoes, Joana Amendoeira, Luanda Cozetti, Shout ou Viviane são algumas das intérpretes vocais em palco. Maria João é outra das cantoras participantes neste espetáculo de lotação esgotada. "Fico muito honrada por poder participar neste dia em que se assinala a eliminação da violência contra as mulheres e no disco do meu amigo Renato, que é uma boa coisa. Fazer música junto com outras pessoas é sempre um momento magnífico", declarou a cantora à nossa rádio.

 

Katia Guerreiro também vai dizer "presente" no espetáculo de hoje no Maria Matos. "Esta é a celebração da dignidade da mulher e acima de tudo para chamarmos a atenção para a violência sobre as mulheres, que é um drama da nossa sociedade. É um estigma que vai crescendo e que temos que conseguir erradicar. Eu acho que as vozes de todas estas mulheres, que têm uma obra muito bonita, (são de pessoas) que arriscam todos os dias quando sobem a um palco. São mulheres que representam públicos muito diferentes e que têm sensibilidades muito diferentes, mas com um denominador comum que é o combate a isto", diz-nos a fadista, noutra entrevista telefónica que fizemos.

 

O drama das mulheres infernizadas num drama diário de violência na sua própria casa "é das coisas que mais" revolta Katia Guerreiro. "A fragilidade inerente à condição feminina, por muito que as mulheres sejam fortes e corajosas, tem naturalmente um físico que leva a que não se consigam defender. Há uma situação de maior vulnerabilidade. Só o gesto da violência é qualquer coisa de muito deplorável. Não consigo compreender que no século XXI as mulheres tenham a coragem de levantar a mão a uma mulher ou mesmo levantar a voz".

 

Maria João tem exatamente o mesmo entendimento: "é impensável que alguém levante a mão e magoe pessoas mais fracas. Obviamente, não levantam a mão para pessoas mais fortes. É uma coisa que me angustia e não compreendo".

 

O espetáculo inicia-se às 20h00. 

Na foto em cima, da esquerda para a direita: Katia Guerreiro, Renato Júnior e Maria João.