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Redação / Agência Lusa
31 outubro 2021, 11:36
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Efeitos das alterações climáticas nos incêndios são cada vez mais evidentes

Efeitos das alterações climáticas nos incêndios são cada vez mais evidentes
Redação / Agência Lusa
31 outubro 2021, 11:36
O Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia alerta para a época de incêndios deste ano ser pior do que a do ano passado.

O Centro Comum de Investigação (JRC) da Comissão Europeia disse hoje que os efeitos das alterações climáticas são "cada vez mais evidentes", alertando para a época de incêndios deste ano ser pior do que a do ano passado.

"Os efeitos das alterações climáticas são, também, cada vez mais evidentes; verifica-se uma tendência crescente, claramente observável, de aumento dos riscos de incêndio, épocas de incêndio mais longas e intensos 'megaincêndios' que se propagam rapidamente e relativamente aos quais os meios tradicionais de combate a incêndios pouco podem fazer", lê-se na nota de imprensa sobre o relatório dos incêndios, divulgada nas vésperas da reunião da COP26, que decorre a partir de segunda-feira em Glasgow.

"Após 2019, o pior ano jamais registado, os incêndios voltaram, em 2020, a queimar vastas áreas de terreno natural na Europa", tendo ardido 340 mil hectares, o que representa uma área 30% superior à do Luxemburgo, aponta Bruxelas.

Este ano, alerta-se, "a época de incêndios está a ser ainda pior", com uma área ardida de quase 500 mil hectares, estando 61% desta área em florestas.

No final de junho, altura que, tradicionalmente, marca o início da época de incêndios, tinham já ardido cerca de 130 mil hectares, que não afetam apenas os países meridionais, alerta o JRC.

"Os incêndios já não afetam apenas os Estados meridionais, mas constituem agora uma ameaça crescente também para a Europa Central e Setentrional", afirma o comunicado, que diz que nove em cada dez incêndios são de origem humana.

"O primeiro semestre de 2020 caracterizou-se por um elevado número de incêndios florestais; os incêndios eclodiram, no inverno, no delta do Danúbio e nos Pirenéus e, na primavera, principalmente na região dos Balcãs, e, durante o verão e o outono, os países mais afetados foram os mediterrânicos, especificamente Espanha e Portugal, que registaram os maiores incêndios de 2020 na UE", diz o documento.

Para a comissária da Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude e responsável pelo JRC, Mariya Gabriel, "as alterações climáticas estão a agravar os riscos e a magnitude dos incêndios florestais em todo o mundo".

Também citado no comunicado, o comissário responsável pela Gestão de Crises, Janez Lenarcic, afirmou que "os incêndios florestais apresentam um elevado risco de catástrofe tanto na Europa como no resto do mundo", e acrescentou que "as alterações climáticas estão também a prolongar a época dos incêndios florestais por vários meses, o que aumenta as probabilidades de as comunidades da Europa terem, no futuro, de afrontar ainda mais incêndios florestais".

Os relatórios do JRC sobre incêndios florestais na Europa, no Médio Oriente e no Norte de África oferecem uma vasta panorâmica da situação deste tipo de incêndios, e a publicação relativa a 2020, hoje divulgada, inclui a análise de 33 países.