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Redação
13 dezembro 2021, 09:50
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2021: as canções e os músicos que tomaram os ecrãs

2021: as canções e os músicos que tomaram os ecrãs
DR - promos para imprensa
Redação
13 dezembro 2021, 09:50
Cantoras em ação como atrizes, biopics, documentários e bandas sonoras. Eis mais um ângulo sobre o ano que está quase a terminar.
A carreira de atriz de Lady Gaga vai de vento em pompa. A cantora encarna o papel de vilã, da "viúva negra" Patrizia Reggiani, no filme em exibição nas salas "Casa Gucci", sobre a família influente no mundo da moda dos Gucci e o homicídio de Maurizio Gucci em 1995. Ariana Grande tem um papel mais secundário na comédia sci-fi "Não Olhem para o Céu" ("Don't Look Up"), que está em cartaz em Portugal, tendo a estrela pop contracenado com alguns dos atores mais aclamados, como Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Cate Blanchett ou Timothée Chalamet. Quem está cada vez mais envolvida no mundo do cinema é Taylor Swift, que, como atriz, tem como um dos seus próximos projetos um filme, "Canterbury Glass", que tem um elenco de luxo como Christian Bale, Zoe Saldana Robert De Niro, Rami Malek ou Margot Robbie. Mas a cantora foi ela mesmo a mandar bater nas claquetes, ao assumir a realização da curta-metragem "All Too Well: The Short Film", com guião assinado pela própria Taylor Swift. Quem se estreou como atriz, e logo no papel de Cinderela, foi Camila Cabello, para o filme romântico "Cinderella", estreado em setembro passado.  
 
 
 
Passaram este ano pelos nossos cinemas dois biopics sobre duas grandes divas e ativistas dos Estados Unidos: "Respect" - filme biográfico sobre Aretha Franklin - e "The United States vs. Billie Holiday" - que narra a vida da cantora de jazz Billie Holiday. Jennifer Hudson tomou o corpo de Aretha, e Andra Day fez de Billie Holiday. No final, ficam contadas duas histórias de vida e de luta, cujas obras musicais estão condenadas à eternidade. 
 
 
 
Vários filmes-concertos de estrelas pop foram disponibilizados nalgumas das maiores plataformas televisivas e digitais. Foram os casos de Madonna e de Billie Eilish e respetivamente os seus enamoramentos pelas cidades de Lisboa e de Los Angeles, onde foram filmados os espetáculos. "Madame X" de Maddona abrilhantou a programação da Paramount+ (inacessível em Portugal), "Happier Than Ever" de Billie Eilish foi um trunfo da Disney+. Já o filme-concerto de Olivia Rodrigo que assinalou o lançamento do disco "Sour", foi transmitido no YouTube. 
 
 
 
A nível de documentários sobre grandes lendas históricas, houve um particularmente badalado: "The Beatles: Get Back". A série documental da Disney+ é exaustiva em dissecar sobre a tensa gravação do último álbum dos Beatles, "Let It Be", em três episódios e um total de seis horas e meia, no meio do turbilhão da desagregação da banda rock mais influente de sempre. Peter Jackson (da trilogia "O Senhor dos Anéis") teve acesso a mais de 150 horas de filmagens e coube-lhe a ele assumir a realização desta série documental. 
 
Outras bandas lendárias mereceram este ano o retrato documental, mas na forma mais cinematográfica de longa-metragem. O cineasta Todd Haynes mergulhou no mundo dos rockers vanguardistas Velvet Underground, através do documentário do mesmo nome "The Velvet Underground". Da outra costa norte-americana, banhada pelo Pacífico, os igualmente vanguardistas Sparks mereceram o mesmo tipo de abordagem cinematográfica, em "The Sparks Brothers". Já os fãs dos Oasis puderam ir ao baú das melhores memórias da extinta banda, ao ter sido lançado o documentário "Oasis Knebworth 1996", que imortaliza o duplo espetáculo em Knebworth, quando foram coroados como reis da britpop diante de 250 mil pessoas, em Inglaterra. 
 
 
 
As várias plataformas televisivas foram apanhando vários documentários de nomes históricos da música, como Tina Turner, em "Tina", Brian Wilson dos Beach Boys, numa raríssima entrevista ao esquivo músico à volta de Los Angeles em "Brian Wilson: Long Promised Road", ou os hardrockers Kiss, em "Biography: KISStory". 
 
 
 
Outros documentários destaparam alguns tabus e tiveram impacto no quotidiano noticioso. "Framing Britney Spears" foca-se no inferno que se tornou a vida de Britney Spears, não fugindo ao combate legal contra a tutela da carreira do seu pai Jamie Spears. "Dancing with the Devil", dispobilizado pela plataforma do Youtube, revela que Demi Lovato esteve “a 5/10 minutos da morte”, depois de uma overdose de opiáceos, que lhe provocou três acidentes vasculares e um ataque cardíaco em 2018. O documentário da HBO sobre Alanis Morissette, "Jagged", dá conta de alguns episódios difíceis da carreira da cantora, por causa dos condicionalismos machistas da indústria musical. 
 
 
 
Os festivais de cinema continuam a trazer até nós novos documentários musicais de referência em secções para o efeito. O Porto/Post/Doc, na Invicta, tinha um contingente de filmes do género, como "Moby Doc", sobre Moby, "Karen Dalton: In My Own Time", sobre a mítica cantora folk Karen Dalton, ou "Don't Go Gentle", sobre os pós-punks ingleses Idles. Por via do DocLisboa, passou na capital o filme "A-ha The Movie", sobre o trio de synth-pop norueguês A-ha. E o IndieLisboa voltou a estrear por cá alguns documentários marcantes da produção recente, como "Ney à Flor da Pele", sobre Ney Matogrosso, ou "Poly Styrene: I Am a Cliché", sobre o ícone punk feminino Poly Styrene, dos X-Ray Spex. Mas um dos filmes que marcaram a programação, ao ponto de ser puxado para a abertura da última edição do IndieLisboa foi o documentário "Summer of Soul", sobre o evento de 1969 Harlem Cultural Festival (onde tocaram Nina Simone, Stevie Wonder, B.B. King ou Sly & tne Family Stone, entre outros), tido como o "Woodstock dos afroamericanos".   
 
 
 
Paulo Antunes está a tornar-se no grande documentarista do punk do bairro de Alvalade. Depois de há anos ter passado pelas salas "Um Punk Chamado Ribas", sobre João Ribas (dos Ku de Judas, Censurados e Tara Perdida), em 2021 outro documentário seu mexeu com a programação, incluindo do IndieLisboa (onde também foi exibido), com "Já Estou Farto", sobre João Pedro Almendra, um dos vocalistas e homens do centro do palco mais carismáticos do punk nacional, que militou na mítica primeira formação dos Peste & Sida. Depois de "Sol Posto" (de 2020), os Capitão Fausto voltaram aos filmes-concerto junto à praia, com o mini-documentário "Banda à Solta", que retrata a peculiar digressão nacional do quinteto lisboeta neste verão pelas ilhas de Faro. Para filmes mudos de outros tempos, as bandas nacionais Sensible Soccers e Mão Morta compuseram e interpretaram ao vivo músicas para a projecção dessas obras, como "Douro, Faina Fluvial" (de 1931) e "O Pintor e a Cidade" (de 1956) de Manoel de Oliveira, que deu origem ao álbum deste ano "Manoel" (no caso dos Sensible Soccers), e "A Casa na Praça Trubnaia" (de 1928) pelo cineasta russo Boris Barnet (para o qual os Mão Morta, em formato de trio, inventaram uma banda sonora).   
 
 
 
Bono fez-se notar nas bandas sonoras. O vocalista dos U2 não só deu a voz a um dos personagens da comédia de animação "Sing 2", um leão rock & roller de nome Clay Calloway, como interpretou também a canção do filme, 'Your Song Saved My Life', que foi o primeiro tema novo da banda irlandesa em três anos. Bono cantou ainda 'Eden (To Find Love)', escrito em parceria com Linda Perry (ex-4 Non Blondes), para a banda sonora sobre o documentário "Citizen Penn", centrado no ativismo do ator Sean Penn. Por falar em Sean Penn, no seu último filme realizado "Flag Day", ficou mesmo tudo entre pai e filha, na relação que empurra a narrativa (baseado em factos reais), no elenco (Sean Penn contracena com a filha Dylan Penn) e na canção do filme "My Father's Daughter", com a co-criação de Eddie Vedder (dos Pearl Jam) a ser entregue à voz da sua filha, Olivia Vedder. Trent Reznor, outrora o homem das roupas rasgadas e escuras dos Nine Inch Nails, está cada vez mais um homem de galas e de fatos de smoking. Ao lado do seu parceiro de composição Atticus Ross, voltou a receber um Óscar de Melhor Banda Sonora Original, desta vez pelo filme "Soul", depois de ter ganho o Globo de Ouro na mesma categoria em 2021. O Óscar de Melhor Canção Original caiu nas mãos de H.E.R, por 'Fight For You', que faz parte da banda sonora do filme "Judas and the Black Messiah".   
 

 
  
O ano dos media visuais na música é também muito feito do que se faz na preparação e na produção, mesmo que os ditos ainda não estejam em exibição - ou ainda longe disso. Um biopic sobre Amy Winehouse (1983-2011) está a ser produzido nos estúdios Halcyon, baseado no livro "Saving Amy". A companhia cinematográfica Warner Bros adquiriu os direitos do filme sobre a vida de Marvin Gaye (1939-1984), de título "What's Going On", que já tem realizador escolhido: Allen Hughes. O cineasta e ator Kenneth Branagh vai realizar o filme sobre a carreira dos Bee Gees, que vai ter como produtor executivo o único dos três imãos Gibb vivo: Barry Gibb. A longa-metragem sobre Jeff Buckley (1966-1997) tem a mãe Mary Guibert a colaborar no projeto que já tem ator selecionado: Reeve Carney. Há também projetos de biopics, em que os retratados, na sua condição de vivos, estão a acompanhar a par e passo a efetivação dos filmes sobre eles próprios. "Quem melhor que eu para contar a minha história", afirma Madonna, que faz questão de ser ela própria a escrever o guião e a sentar-se na cadeirinha de pano de realizadora. Cher vai ser a produtora do biopic sobre a sua vida, numa conjugação de esforços com os produtores de "Mamma Mia!", Judy Craymer e Gary Goetzman. Boy George tem sido a fonte pouco anónima para a imprensa sobre o seu filme biográfico em produção, que tem o nome de uma das canções mais ilustres dos Culture Club (de que fez parte): "Karma Chameleon". Também há vários documentários em preparação, sobre Céline Dion (com a aprovação da cantora), Kanye West (uma coutada da Netflix) e Janet Jackson (para a estação televisiva norte-americana A&E).

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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