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Sandra Braga Fernandes
12 novembro 2017, 11:36
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As recomendações da Zero para reflorestar Portugal

As recomendações da Zero para reflorestar Portugal
Sandra Braga Fernandes
12 novembro 2017, 11:36
Ambientalistas recomendam a estabilização dos solos depois dos incêndios e que as plantas sejam de origem nacional.

A associação ambientalista Zero deixa uma série de recomendações antes de se proceder a qualquer sementeira/plantação na área afetada pelos incêndios deste verão. Passam pela estabilização dos solos nas áreas ardidas e que as plantas sejam de origem nacional.

Paulo Lucas, da associação ambientalista, recomenda "uma estabilização dos solos, facilitando a infiltração da água da chuva utilizando técnicas de engenharia natural, como a instalação de barreiras contra a erosão. E isso pode ser feito até com a madeira queimada. Também com restos de madeira estilhaçada para cobrir o solo ou fazer sementeiras de plantas herbáceas autóctones de rápido crescimento", explica.

O especialista sublinha que antes de uma ação de recolha de sementes deve ser consultado o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os gabinetes técnicos florestais das autarquias onde pretende intervir ou as Associações de Produtores Florestas dessas regiões. Ainda, seguir as boas práticas de colheita e manuseamento, nomeadamente no que se refere à época para cada uma das espécies, bem como o seu acondicionamento e processamento, e o cumprimento da legislação em vigor". 

A Zero recomenda também que seja garantido que as plantas utilizadas são de origem nacional e preferencialmente resultantes de sementes e estacaria recolhidas nas proximidades da área a intervir. Para tal, deve-se "proceder à distribuição das plantas no terreno de uma forma o mais natural possível, utilizando várias espécies que possam resultar na criação de um bosque natural e diverso e garantir que nos anos seguintes à plantação haverá ações de substituição de árvores e arbustos que não sobreviveram".

A associação ambientalista considera também que sempre que possível, deve ser aproveitada a regeneração natural com ações de poda e condução de plantas. Paulo Lucas lembra que "a natureza faz bem o seu trabalho e é deixá-la atuar, sem prejudicar esse trabalho ou desperdiçar tempo e dinheiro desnecessariamente".

Este ano, Portugal registou dois conjuntos de grandes incêndios, sendo o pior o de 15 de outubro nas regiões Centro e Norte, que consumiu 190.090 hectares de floresta, quase metade (45%) da área ardida desde janeiro. Estes incêndios provocaram 45 mortos, cerca de 70 feridos.