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Daniela Azevedo
24 março 2018, 01:20
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The Script dão tudo a uma Lisboa apaixonada por eles

The Script dão tudo a uma Lisboa apaixonada por eles
Daniela Azevedo
24 março 2018, 01:20
Danny O'Donoghue, Mark Sheehan e Glen Power voltaram a Portugal para uma sexta-feira de festa na Altice Arena, em Lisboa.

Depois do regresso aos discos com "Freedom Child", no final do ano passado, e após três anos de ausência, os Script voltaram à estrada e na noite desta sexta-feira, 23 de março, pararam a sua "Freedom Child Tour" na Altice Arena, em Lisboa. Aliás, fizeram aqui a despedida da digressão europeia.

O vocalista, Danny O'Donoghue, não está diferente. Depois de uma operação às cordas vocais, o cantor apresentou-se na Altice Arena em plena forma e a voz, felizmente, não se alterou.

Agarrar o público logo no arranque parece ter sido o mote dos Script que abriram o espetáculo com 'Superheroes', o single de apresentação do seu quarto álbum, "No Sound Without Silence", de 2014. Seguiu-se a apresentação do álbum novo, "Freedom Child", de 2017, com o tema 'Rock The World', também a merecer a aprovação da plateia constituída, maioritariamente, por gente jovem.

Danny O'Donoghue, Mark Sheehan e Glen Power seguiram com 'Paint the Town Green'. A este propósito, vale a pena lembrar que no passado dia 17, o trio irlandês entrou para o livro do Guiness porque, em Bruxelas, decidiu lembrar que no seu país natal se assinalava o St. Patricks Day. Assim, conseguiram que oito mil fãs levassem uma bebida para o concerto e brindassem em simultâneo, batendo um novo recorde. Em Lisboa não houve bebida; só mesmo esta referência a uma "cidade verde" e o palco todo iluminado na mesma cor.

"Quando estávamos a planear a digressão europeia eu só dizia: "mal posso esperar por Lisboa". Ainda só vamos na terceira canção e já parece o fim do concerto. A seguir vou precisar da vossa ajuda", disse Daniel, a uma plateia já ao rubro. 'The Man Who Can't Be Moved' levou-nos, então, numa viagem de dez anos até ao primeiro álbum, homónimo. E soube tão bem. A seguir, o homem da noite sentou-se ao piano para dar entrada a 'Wonders' e 'Arms Open'.

Seguiu-se mais um momento de grande interação com o público. O vocalista, boquiaberto com a receção que teve em Lisboa, pediu aos fãs para abraçarem quem estivesse ao seu lado para, pouco depois, executarem uma coreografia de "oito pulinhos para a esquerda e para a direita". Todos cumpriram, divertidos.

A banda de rock alternativo, que se formou em Dublin, na Irlanda, mas hoje em dia vive em Londres, já veio a Portugal oito vezes e, pela forma como foi recebida e aplaudida, certamente não se vai ficar por aqui. Após este hiato de quatro anos, os Script provaram que não perderam o contacto nem a experiência depois de uma década no showbusiness. Afinal, estamos a falar do grupo que tem 20 milhões de discos vendidos. O suficiente para ter o atrevimento de fazer um crowd surfing maravilhoso: em cima de um barco de borracha. Delicioso!

'For The First Time', do segundo álbum, de 2010, "Science & Faith", foi o tema que se ouviu, no palco e na voz dos milhares de fãs, antes da surpresa que o trio preparou para a Altice Arena: aparecer, num mini-palco improvisado, no meio do balcão, que os fez terem a certeza de que estavam a ser recebidos de forma brilhante. Aqui ouviram-se, em acústico, 'Crazy World' e 'Never Seen Anything Quite Like You'.

A multidão, conquistada desde o início, não esmoreceu e voltou-se novamente para o palco principal para cantar a plenos pulmões 'The Energy Never Dies' e, melhor ainda, 'Rain', o single de apresentação do mais recente álbum, "Freedom Child". Aqui, abriram-se guarda-chuvas nas filas da frente.

O novo disco é um trabalho muito mais eletrónico e dançável, que acaba por marcar uma viragem na sonoridade dos Script até pelo conteúdo que é mais político e centrado em questões sociais que os anteriores. O vocalista diz que encara o trabalho mais recente como uma conversa entre amigos, num pub, em que se fala de tudo um pouco: desde as relações pessoais até às questões de política. Mas sempre a dançar. 

Danny O'Donoghue, o homem que diz transformar os seus problemas em canções, tem, realmente, uma grande presença em palco que não esmoreceu nem no encore quando se ouviram 'No Good in Goodbye', de 2014, 'Breakeven', outra vez do álbum de estreia de há dez anos e, finalmente, 'Hall of Fame', do terceiro álbum, "#3", de 2012 e que na versão original conta com a participação de will i am. "Podes ser quem quiseres e amares quem quiseres que a música vai amar-te sempre", disparou o cantor num final apoteótico. Todas as canções do encore, bastante orelhudas, garantiram aos fãs uma partida para o fim de semana a cantarolar e fazer frente à chuva. 

Ella Eyre abriu a noite para a banda e marcou o tom com os seus sucessos otimistas, como 'Waiting All Night', por exemplo, e outras canções animadas do álbum "Feline".