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Tânia Paiva
08 janeiro 2020, 15:50
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É por isso que eles andam a parar e a olhar para o céu

É por isso que eles andam a parar e a olhar para o céu
GEOFF THORNTON/CLOUD APPRECIATION SOCIETY
Tânia Paiva
08 janeiro 2020, 15:50
A Sociedade de Apreciadores de Nuvens foi fundada há precisamente 15 anos. O grupo está presente em mais de 100 países e já tem quase 50 mil membros que se dedicam a apreciar, encontrar nuvens com formas diferentes e fotografá-las.

Quem passa por eles deve questionar a razão pela qual param e olham para o céu. E não são poucos, são alguns milhares - 46 000 mais concretamente - que estão espalhados por 120 países de todo o mundo e que têm em comum a paixão de observar, apreciar e fotografar as nuvens (mais belas ou até as mais estranhas) que encontram no céu.

Em janeiro de 2005, Gavin Pretor-Pinney fundou a Cloud's Appreciation Society (Sociedade de Apreciação de Nuvens) com o objetivo de incentivar as pessoas a olharem para o céu, a compreenderem e valorizarem a beleza das nuvens. Em várias entrevistas que deu, ao longo dos últimos anos, Gavin afirmou que achava que as nuvens eram difamadas de forma injusta e que gostava de contrariar a ideia (muitas vezes imposta) de que são apenas os dias de céu azul que nos tornam mais felizes. No ano em que a esta sociedade foi fundada, o motor de busca Yahoo classificou-a como a plataforma de internet mais "bizarra e maravilhosa encontrada naquele ano". 

Esta sociedade assinala este mês 15 anos de existência e todos os dias, dezenas de milhares de membros partilham fotos do céu de todas as partes do globo através do Cloud Forum. O aumento de membros da Sociedade de Apreciadores de Nuvens já deu origem também à criação de uma aplicação: Cloudspotter. O objetivo é submeter fotografias e ganhar pontos e prémios para quem identificar corretamente as nuvens que são partilhadas.

Todas as nuvens têm um nome, as primeiras designações remontam ao início do século XIX e foram dadas por Luke Howard, considerado o “pai da meteorologia moderna”. Este cientista inglês foi o primeiro a dar nomes às nuvens, e mais tarde, a própria Organização Meteorológica Mundial (OMM) publicou um Altas Internacional das Nuvens, que é atualizado até aos dias de hoje e onde consta toda essa informação.

Um artigo publicado recentemente sobre o tema, pelo New York Times, revela que entre os participantes há uma meteorologista britânica, Melyssa Wright, que diz que atualmente é "paga para passear e olhar para o céu" ou Elise Bloustein, uma advogada em Nova Iorque, que tenta publicar uma fotografia todos os dias, tendo já partilhado mais de 8 000 imagens na aplicação desde junho de 2016. 

 

 

Mas este não é um fenómeno apenas lá de fora, procurámos por imagens de utilizadores portugueses e encontrámos várias fotografias de nuvens que foram captadas a partir dos céus de Braga, Bragança, Alentejo, Lisboa, Coimbra ou Algarve.  

A fundação desta Sociedade de Apreciadores de Nuvens e a história do seu fundador, Gavin Pretor-Pinney já mereceu também a realização de um documentário pela BBC, em 2009, chamado Cloudspotting.

 

Os apreciadores de nuvens que pertencem a esta sociedade também estão presentes em algumas redes sociais, uma delas o Instagram. A página "cloudappsoc" é uma verdadeira galeria de imagens, espetaculares e até estranhas, que todos os dias estão por cima das nossas cabeças e que muitas vezes nem damos conta. Porque não paramos e olhamos, como eles.