Morreu o antigo baterista dos Morphine, Billy Conway
Morreu ontem, com 66 anos, o baterista Billy Conway, muito ligado à banda de culto dos anos 90 Morphine. O seu falecimento foi anunciado na página do Facebook da banda de evocação Vapours of Morphine, trio liderado pelo antigo saxofonista dos Morphine, Dana Colley. Billy Conway sofria há algum tempo de cancro, a doença que causou a sua morte.
Embora não tendo feito parte do trio fundador, Billy Conway tornou-se no baterista permanente dos Morphine e foi um membro ativo em praticamente todas as fases da banda, até à sua extinção, com a morte súbita em palco do vocalista e líder Mark Sandman em 1999.
Conway tinha uma técnica muito jazzística de tocar no seu pequeno kit de bateria, com um estilo relaxado e imprevisível nas suas baquetadas e ao mesmo tempo com uma enorme noção de ritmo. Juntamente com os sons graves do baixo de duas cordas de Mark Sandman e com o saxofone barítono (às vezes dois ao mesmo tempo) de Dana Colley, os Morphine marcaram a paigagem do indie-rock dos anos 90 com uma atmosfera jazzística, de uma forma muito personalizada, à semelhança do que aconteceu (também com a sua maneira muito própria de estar) com os contemporâneos e compatriotas Soul Coughing, também da costa leste norte-americana.
Os Morphine tornaram-se célebres por álbuns como "Cure for Pain" (de 1993) e "Yes" (de 1995) e sobretudo pelas poderosas e invulgares atuações ao vivo, tal como o público português pôde presenciar em festivais lisboetas como a 1ª edição do Super Bock Super Rock (em 1995), na Gare Marítima de Alcântara, no extinto Festi.Mail (em 1997), no Coliseu dos Recreios, ou em plena Expo'98, na Praça Sony (na quarta edição do Super Bock Super Rock), em 1998.
Antes dos Morphine, Billy Conway já tinha integrado outra banda com Mark Sandman, os Treat Her Right. Após a morte de Mark Sandman, Conway formou com Dana Colley os Twinemen e desdobrou-se noutros projetos, sempre com o seu coração rock a pulsar jazz.
