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Agência Lusa
10 agosto 2022, 09:16
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Quercus preocupada com destruição de áreas florestais na Serra da Estrela

Quercus preocupada com destruição de áreas florestais na Serra da Estrela
Lusa/Miguel Pereira da Silva
Agência Lusa
10 agosto 2022, 09:16
Associação ambientalista diz que incêndio já destruiu mais de três mil hectares de floresta.

A associação ambientalista Quercus manifestou "profunda preocupação" com o incêndio que deflagrou no concelho da Covilhã e que já destruiu mais de três mil hectares de áreas florestais do Parque Natural da Serra da Estrela e do Estrela Geopark.

"Parte da área tinha ardido no ano de 2005 e estava a evoluir a sucessão da vegetação que agora foi afetada. Para além dos pinhais, urzais e piornais, também foram afetados teixos, árvore ameaçada que tinha sido alvo de projetos de conservação", refere, em comunicado, o Núcleo Regional da Guarda da Quercus.

O incêndio deflagrou às 03h18 de sábado, na localidade de Garrocho, freguesia de Cantar-Galo e Vila do Carvalho, no concelho da Covilhã (Castelo Branco), e alastrou para Manteigas, no distrito da Guarda.

Segundo os ambientalistas, o incêndio "já destruiu mais de três mil hectares de áreas florestais e habitats" no Parque Natural da Serra da Estrela, na Zona Especial de Conservação da Rede Natura e no Estrela Geopark da UNESCO.

Alertam ainda para a alteração da realidade no mundo rural, "com o abandono das áreas agrícolas e florestais, que acarretam riscos sobre o território e sociedade e provocam enormes prejuízos económicos e de depreciação natural e paisagística".

A Quercus salientou que, "uma vez mais, a Serra de Estrela é primeira vítima, agravado por ser Parque Natural".

A perda de biodiversidade, a redução dos serviços ecossistémicos, a menor capacidade de retenção de carbono, com afetação nos produtos endógenos e na pequena economia local, "deixam profundas chagas acelerando um maior abandono das atividades tradicionais e o consequente despovoamento já de si tão significativo".

"Precisamos de ganhar massa crítica que estimule novas formas de ação coletiva, recriar novos modelos comunitários de gestão de recursos naturais, de modo empenhado e participativo, em que a intervenção do Estado leve em conta, verdadeiramente e de uma vez por todas, as lições do passado", concluem os ambientalistas.