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Redação
09 março 2023, 14:30
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Aurea celebra mais de dez anos de canções nos Coliseus: "sou uma sortuda, sinto muito amor"

Aurea celebra mais de dez anos de canções nos Coliseus: "sou uma sortuda, sinto muito amor"
Bruno Poeira
Redação
09 março 2023, 14:30
Dia 30 de março no Coliseu do Porto e no dia 31 no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. O novo disco da cantora portuguesa está quase cá fora.

Aurea vai celebrar mais de dez anos de carreira com dois concertos nos Coliseus em março de 2023. No dia 30 de março, a cantora atua no Coliseu do Porto e a 31 no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. 

Os espetáculos, cujo conceito foi idealizado pela própria Aurea, servem para celebrar as músicas que marcaram a última década da vida artística da cantora alentejana. A celebração vai ser feita com uma viagem do passado ao presente, com novas roupagens sonoras nas canções mais amadurecidas e temas mais frescos que fazem parte do álbum que está quase a chegar às lojas e plataformas digitais. 


Do novo disco de originais já podemos escutar 'Volta', single que Aurea partilha com António Zambujo e que marca a estreia da artista portuguesa na aventura da composição



O novo álbum, que deverá sair ainda durante o mês de março, conta ainda com a participação de outros músicos, compositores e produtores nacionais e lusófonos, todos eles convidados pela própria cantora.

Mais de uma década de canções, como é que te sentes com esta celebração?
Na verdade, sou péssima a contar anos de carreira. Digo que estou a assinalar os 13, 14 anos de carreira mas, como não tive oportunidade de celebrar os 10 [devido à Covid-19], aproveito para celebrar tudo ao mesmo tempo. 

E como é que te sentes com este marco?
Sinto que passou tudo muito rápido. A verdade é essa. Vivi muita coisa, conheci muita gente, muitas pessoas especiais. Aprendi muito. Sinto-me muito agradecida. Sobretudo nos dias que correm, em que o mundo está numa situação tão complicada e em que temos a sensação de que há tanta coisa que não está nas nossas mãos. Estou grata por poder estar onde estou. Estou muito feliz com o que conquistei até hoje. Estou muito consciente que consegui chegar aqui com o apoio que tive das pessoas, de todo o público que me tem acompanhado. Sou uma sortuda. Sinto muito amor. É raro receber mensagens de ódio. Sou uma mulher muito realizada e estou muito feliz com o caminho que tenho feito. 

O que é que aprendeste que tenha sido útil?
Tanta coisa. Com todos os contratempos que vão aparecendo no dia a dia, vamos ganhando ferramentas para poder lidar [com os obstáculos]. A experiência e as pessoas que estão connosco ajudam-nos a superar. Os colegas, os amigos, a família. Todos ajudam. É um bolo de coisas. Tudo isto ajudou-me a ultrapassar uma data de situações. Muitos conselhos, também. 


Lembras-te de algum?

Lembro-me muito bem de um conselho que me deram logo no início. Disseram-me: 'não tenhas medo de passar por burra ou não tenhas medo de acharem que és burra. Aproveita isso'. 

Mas passaste por alguma situação desse género?    
Se calhar a palavra "burra" é demasiado forte. Mas a verdade é que há sempre pessoas que nos subestimam. E fazem isso em diversos sentidos, não estou a falar apenas da questão da inteligência. O que acontece é que nos vamos apercebendo que aquilo que os outros acham de nós não tem absolutamente nada a ver com quem somos, com o valor que temos. [A opinião dos outros] não nos define. O que faço é aproveitar a desvantagem do julgamento dessas pessoas (porque a desvantagem é de quem julga) e transformo-a numa coisa boa, que me seja favorável. Foi um dos melhores conselhos que me deram.  

E sobre o novo disco, o que é que podes revelar?
Posso revelar que estou a trabalhar com artistas e compositores que adoro e que admiro imenso. 'Volta', o single que compus e o mais recente que lancei, é com o António Zambujo. Fizemos uma colaboração maravilhosa. Convidei-o e ele aceitou. É um colega e um amigo de quem gosto muito. Não podia estar mais feliz. Estou a terminar alguns pormenores [do disco] em estúdio. O álbum deverá sair ainda durante o mês de março.

 
E como é estar no papel de compositora?

Eu acho que estava muito mal habituada. Cantei sempre canções escritas pelo meu melhor amigo [Rui Ribeiro]. Tive a sorte de ter tido um compositor maravilhoso ao meu lado. E durante muitos anos. [O Rui Ribeiro] é também meu amigo, meu irmão. Ele escreveu a maior parte das minhas canções, mas agora senti que estava na altura de começar a compor também. Sempre tive coisas para dizer, mas o que acontecia é que dizia o que sentia ao Rui e ele transformava o que lhe dizia em letras.

Porquê só agora?
Acho que tinha medo. E sei que esse medo não desapareceu por completo. Temos grandes compositores em Portugal. Sinto que estar a atirar-me, de repente, para essa piscina é um salto de fé. Tinha receio e achava que não era capaz. O processo com o 'Volta' foi muito natural. A melodia surgiu de repente, quando estava em casa. Apressei-me a pegar no telemóvel para gravar. Depois peguei na caneta e no papel e a letra saiu. Foi a primeira canção que fiz completamente sozinha. Desde então já fiz mais algumas. 

Sobre a composição de 'Volta':


E sobre os concertos nos Coliseus, o que é que podes contar? 
É a comemoração destes anos todos de carreira. Já não digo que são 10. A Covid-19 impediu-me de festejar os dez anos como queria. Aproveitámos que já passou mais algum tempo para festejar tudo junto. A ideia é revisitar alturas importantes do passado, do início da minha carreira, e contar como fiz todo o caminho até ao disco novo. Também vou mostrar algumas canções do novo álbum.