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Agência Lusa
19 abril 2024, 13:40
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Governo diz que "não há comparações" do caso da secretária de Estado da Mobilidade "com outras situações"

Governo diz que "não há comparações" do caso da secretária de Estado da Mobilidade "com outras situações"
Leitão AmaroLusa/Filipe Amorim
Agência Lusa
19 abril 2024, 13:40
Ministro da Presidência fala de uma situação normal e rejeita semelhanças ao caso de Alexandra Reis.
O Governo defendeu hoje que "não há comparações" entre a indemnização recebida pela atual secretária de Estado da Mobilidade quando saiu da CP e "outras situações", dizendo tratar-se de um programa "aberto durante quatro anos" e que abrangeu 400 trabalhadores.

Hoje, o jornal Correio da Manhã noticiou que Cristina Pinto Dias, atual secretária de Estado da Mobilidade, saiu da CP - Comboios de Portugal, em julho de 2015, com uma indemnização de cerca de 80 mil euros, e foi depois ganhar como administradora da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) um salário e despesas de representação na ordem dos 13.440 euros por mês, quase o dobro dos 7.210 euros que recebia na CP.

No Conselho de ministros, hoje protagonizado pelo primeiro-ministro e centrado na redução do IRS, esta pergunta foi passada por Luís Montenegro ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

"Esta é uma indemnização igual a perto de 400 trabalhadores e dentro de um programa aberto durante quatro anos com regra aplicáveis a todos", disse Leitão Amaro.

O ministro defendeu que Cristina Pinto Dias recebeu a sua indemnização com base em 18 anos de trabalho na CP e que até se lhe aplicou "o mais baixo dos dois salários que poderia ser ponderado", como técnica superiora e não como administradora, cargo que exercia quando deixou a empresa.

Leitão Amaro salientou ainda que, como deixou a CP para integrar um órgão regulador, "perdeu o direito de regressar à empresa onde estava para garantir a ética e a seriedade".

"Não há comparações possíveis quanto a cenários discutidos no passado", disse, numa alusão implícita ao caso da ex-administradora da TAP Alexandra Reis, que recebeu cerca de meio milhão de euros, caso que acabou por provocar a demissão do anterior Governo do ex-ministro das Infraestruturas e atual secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos.